terça-feira, 26 de julho de 2011

Direito a defender-se: Macario Vs Portagens A22

AS PORTAGENS: O DITO E O PUBLICADO
Na passada terça-feira 19, pediram-me opinião sobre esta eventualidade na Via do Infante. Disse, tal como o venho dizendo desde 2004 que tal medida é injusta e geradora de graves problemas para o Algarve.
Acrescentei ser contra, como sempre fui, mas que nas graves circunstâncias das finanças públicas, compreendo as ansiedades do Governo, na linha do anterior, mas agora com condições muito piores, como é público e notório.
Disse o evidente, tal como muitos outros pensam.
A partir dai uns órgãos de informação publicaram exactamente isso, com rigor e fidelidade, no entanto em outros li e ouvi observações de comentadores, totalmente desvirtuadas e colocando-me como autor do que não disse. Excederam-se atacaram-me sem razão. Até no plano do carácter.
Disseram que era a favor das portagens porque o Governo é agora do meu partido e que as condições agora são as mesmas do princípio do ano. Convenhamos que quem diz isto, não está a ser rigoroso.
Sejamos claros no seguinte:
1 – Em lado algum disse que era a favor das portagens na Via do Infante, nem no passado, nem agora.
2 – Em 2004/2005 com o PSD no Governo estive, como hoje contra as portagens, portanto o argumento do partido não serve, embora fosse útil para alguns. Sempre e durante este ano disse, várias vezes que o PSD não estava a tomar a melhor atitude.
3 – Note-se que em 2009 na campanha eleitoral legislativa o PS e o PSD no Algarve eram contra as portagens.
Na campanha de 2011 não estavam contra, apenas sugeriam condições quanto ao pagamento.
4 – Candidatos e deputados dos partidos do anterior e do actual Governo assumiram nos últimos meses a inevitabilidade das portagens, tal como dirigentes empresariais. Antes não diziam isso. Houve evolução, ainda que a contragosto, obviamente.
5 – A Plataforma contra as portagens teve um leque alargado de entidades no princípio do ano, mas depois encurtou muito nos aderentes às iniciativas e objectivos. É factual e indesmentível.
6 – No princípio do ano não haviam pórticos. Agora estão lá e afinados para a cobrança. Só não começaram em Abril, por conveniência eleitoral.
7 – No princípio do ano, ainda não estava cá a troika, não tínhamos o problema do rating como agora, nem se falava no corte do subsídio de Natal, no aumento dos transportes, na redução de serviços do Estado e outras decisões excepcionais. O défice público agravou-se.
Ver o que está escrito no ponto 3.18 do Memorando da Troika, assinado a 3 de Maio e para entrar em vigor no 3º trimestre, com o acordo do PS, PSD e CDS.
Levamos a sério ou estamos a fazer demagogia?
Dizer que as condições não mudaram não é verdadeiro, nem honesto.
Não mudou apenas o Governo, mudaram muitas outras realidades e circunstâncias à vista de todos. E para pior.
8 – Portanto as condições para hoje lutar com êxito contra as portagens não são as mesmas que há anos, ou há quatro ou cinco meses. É ou não é verdade?
As nossas convicções, não podem deixar de ser sérias, e por isso com honestidade não se pode negar a realidade.
9 – Por vezes, estar calados e fazer jogo sonso, não dando a cara, leva-nos a passar despercebidos, com cobardia e com a viola no saco.
De outro modo, com seriedade, pode-se dizer o óbvio com frontalidade e sem medo.
Pode-se ser honesto e coerente dizendo a verdade, ainda que isso não seja o mais cómodo.
O rigor exige-se a todos. Aos políticos e aos que escrevem a respeito do que os políticos dizem.
Reconheci factos evidentes, não os escondendo. Será isto condenável?
Sejamos todos responsáveis.
José Macário Correia
Presidente da Câmara Municipal de Faro
25 de Julho de 2011

Fonte: http://www.facebook.com/notes/c%C3%A2mara-municipal-de-faro/esclarecimento-sobre-as-portagens-o-dito-e-o-publicado/233576006675003

1 comentário:

  1. Vivemos num País (mundo) onde se ganha mais calando que falando. Mesmo assim, entendendo agora melhor esta questão, continuo sem entender como se planeia a curto prazo neste Pais.

    Continuo a não entender como aumento de impostos e a consequente diminuição do consumo e de emprego será melhor para Portugal.

    Não sou nem de esquerda nem de direita ou de qualquer partido politico mas, como é óbvio, tenho as minhas ideologias e há coisas que continuo sem entender e a querer que alguém me explique:

    http://tudoacababem.blogspot.com/2011/07/para-comemorar-publicacao-n100-deste_20.html

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